Autoria Múltipla feita com base em remixes de textos de Tati Wells, Ricardo Brazileiro e Bruno Tarin, de algum lugar dentro da selva.
“A magia e a vida. Tínhamos a relação e a distribuição dos bens físicos, dos bens morais, dos bens dignários. E sabíamos transpor o mistério e a morte com o auxílio de algumas formas gramaticais. (…) A alegria é a prova dos nove.” Manifesto Antropófago, Oswald de Andrade, maio de 1928.
No Brasil vivemos sob a égide do trágico/honrado Bispo Sardinha, que ao ser comido pelos índios Caetés conjura a teoria da Antropofagia nos anos 20, transformada na nossa década em Digitofagia, ao tomar o lugar dos conceitos sobre as capturas das forças de poder. Compramos computadores em 12x sem juros, provemos net.gatos, somos difusores de conteúdo cultural nas ruas e ocupamos redes sociais com nosso português abrasileirado, nossos exóticos ufanismos. Fruto de uma heterogeneidade cultural singular, capaz de se apropriar das mais diversas e variadas formas, subvertendo normas, saberes e códigos de conduta através da incorporação do outro no eu, utilizamos da malandragem e muitas vezes da sacanagem (poética) como formas de se auto-determinar e agir politicamente, através do que vem “além mar”. (mais…)